segunda-feira, 23 de maio de 2011

Três poemas chamadas poesias

se uma poesia tem nome é porque,
diferente das pessoas, esse nome faz parte da poesia
não é uma coisa inventada como um implante ou uma inauguração.
se uma poesia tem um nome, diferente das pessoas, o nome da poesia,
é feito da mesma carne delas
esse nome faz parte da pessoa da poesia,

(poema pessoa – 2011)

que saudade, meu deus, da poesia inacabada.
Que medo, meu deus, de escolher palavra errada.
A poesia é como um prédio de arame concreto.

(incompleto – 2011)


quem explica profundamente alguma coisa é por que não entendeu
a explicação é assim...
uma troca,
um sacrifício,
uma imolação da coisa pela razão que explica.

A explicação é uma troca
assim
toda explicação é perversa
pois esconde um não saber
toda explicação odeia a coisa,
pois nunca a explica toda.
Toda explicação odeia não saber, isso por que, teme
toda explicação teme não conhecer.

(Explicação - 2011)

2 comentários:

poetamaurilio disse...

O explicar então é um ódio a si mesmo? ou um narcisismo?

poetamaurilio disse...

E quem é a pessoa do poema pessoa?
É uma paixão inacabada?
E qual é o nome do poema inominável?