quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um amigo maestro!!!

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O quanto é importante um amigo?
Sabe-se lá. Mas, sem muito romantismo e menos autoajuda ainda, amigos são acontecimentos em forma de identidade que, de algum modo, dão destaque, aroma, relevo a um tempo de nossa vida...
Vi num filme, certa vez, algo assim: buscamos um amor, um alguém, para que nossa vida não se esgote somente em nós. É algo como ter um espectador para termos importância e certeza que significamos e estivemos lá vivendo. Como um pacto entre um Eu e um Outro do qual se lucra um significado, ou melhor, uma simulação de que o nosso pouco tempo vivido importa e tem lá uma certa importância e solidez dentre os bilhões de humanos e trilhões de vidas que passaram por esse planeta.
É obvio que essa ideia muito me agrada.
Um amigo encerra um mistério diferente. Ainda que amado, o amigo, nessa simulação, goza de maior liberdade, pois ilustra e remete a um momento. O amigo vem por um tempo, volta para sua própria vida ou morte. Mas, deixa uma transformação, uma ideia, uma memória que, sem ele jamais estaria lá...
O acontecimento que denominamos por "amigo" faz um relevo no tecido intricado de nossas vidas.
Como minha pequena avó paterna dizia, em sua suprema docência normal tão bem exercida como avó; "amigos se contam nos dedos de uma mão".
Tenho meu punhado...
Mas tive, entre estes e por um tempo, um que era Maestro, músico e Maestro de verdade. De certo modo, um Místico. Também navegante digital e psicanalista. Igual a maestria, ele também era psicanalista de verdade, com consultório e tudo. Com ele desbravei pela primeira vez um Freud nada obsceno. Em sua companhia tomei pouca cerveja e chopp; perdemos horas em debates cósmicos existenciais, fenomenológicos e até empiristas...Foi ao lado dele que em um solitário aniversário de 2004, ganhei (não venci, ganhei de ganhar como quem ganha uma coisa), uma partida de xadrez (uma partida, não um tabuleiro) e tomei a minha primeira taça de abiscinto. Na última vez que o vi era mórmon...
Foi um grande amigo, do qual faço homenagem nestas palavras...
A morte, sem aviso e sem susto, fez nesse texto, dessa amizade, seu ponto final...
depois dela, como a execução do hino nacional pela orquestras, nada mais poderá ser executado, dito, tocado...
Tive uma especial honra e sorte por ter esse amigo...
Fica o silêncio.........................................................
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Um comentário:

Anônimo disse...

embora não seja eu o citado tenho vossa senhoria na mais alta estima. compartilhamos alguns momentos intelectuais interessantes e muuita cerveja e conhaque! contigo entendi q o ser intelectual esta sempre em formação e pode ate pecar em contradições. bons tempos aqueles da facul. hoje sinto q aproveitaria muito mais os debates contigo. quanto ao xadrez provavelmente perderia. sem piegas mas com saudades lusitanas de um tempo onde o tempo corria devagar e mais ébrio. tudo de positivo pra ti e sua familia.
de breno, ou conde sem terras, blog: "www.nocovildahistoria.blogspot.com"